Segurança Pública e Economia: uma dupla em crise

A economia precisa de solo fértil para se desenvolver. Necessita de chuva para germinar. Um agricultor sabe muito bem todas as fases e as épocas do ano certas até que venha a tão esperada colheita.

Mas se no desenvolvimento da planta surgirem insetos, larvas ou fungos? O produtor rural sabe muito bem o que fazer: aplicar agrotóxicos enquanto ainda há tempo.

Se ele não adotar essas medidas, perderá toda ou boa parte da plantação, refletindo no desequilíbrio financeiro da próxima plantação, quando terá que mitigar prejuízos.

Estamos falando também da economia que sofre com altos índices de criminalidade. Por que não estamos adotando as mesmas ações do homem do campo na economia brasileira?

O Fundo Monetário Internacional (FMI) produziu um estudo com a conclusão que a insegurança tem custado caro ao desenvolvimento do Brasil. Altos índices de crimes, como homicídios, tem crescido.

Não é na virada da noite para o dia que conseguiremos controlar esses sintomas sociais daqueles que cometem atrocidades e tem a certeza de que não permanecerão por muito tempo presos.

O objetivo do cumprimento da pena, desde os tempos de Moisés, é afastar por um tempo da sociedade aquele que descumpriu as regras estabelecidas, visando reflexão profunda de suas ações para depois ser reintegrado.

Mas aquele que cometeu um grave crime e não tem condições de ser reintegrado ao meio social, deverá permanecer afastado por mais tempo, evitando que volte a infringir leis.

Nossos presídios são verdadeiras universidades de pós-graduação àqueles que estão iniciando na vida criminosa ou para se especializar em determinadas áreas. Sem dizer daqueles que precisam de reciclagem frequentemente.

Ou seja, os presídios estão sendo ineficientes em sua função primordial. Entretanto, não temos outras opções para substituí-los. Teremos que mantê-los por mais complexo que seja.

As polícias estão sempre na linha de combate, buscando manter algum grau de senso de segurança, arriscando as próprias vidas. Mas isso também não está sendo suficiente.

Então, o que está faltando? Em 2023, por meio de decreto, cortaram R$332 milhões destinados à educação. Queremos vencer essa batalha dessa forma? Isso é nosso erro e de ninguém mais.

Isso mesmo: nosso erro. Passaram tantas gerações familiares no Brasil, mantendo os mesmos erros. Antes de revolucionarmos o país, precisamos fazer o feijão com arroz de questões básicas, tal como garantir alimentação saudável às famílias carentes e conceder oportunidades de estudo.

A questão da segurança pública é grave. É um problema profundo arraigado em décadas de história. Ou assumimos a responsabilidade coletiva ou empresas continuarão fechando as portas por falta de segurança pública.

Sim, a dupla segurança pública e economia está em crise.

Fonte: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/seguranca-publica-e-economia-uma-dupla-em-crise/2167366168?_gl=11ikeihh_gaMTMwNDk5NzYyOS4xNzA2NTcwMjQ1_ga_QCSXBQ8XPZ*MTcwODA0NzQ5OS4xMi4xLjE3MDgwNDc1MDcuNTIuMC4w